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Release Trindade

2020, janeiro

Distante 1200 km da costa de Vitória/ES (costa sudeste do Brasil), a Ilha da Trindade foi o destino de mais uma expedição do programa de monitoramento das ilhas oceânicas brasileiras PELD-ILOC. Esta foi a quinta expedição conduzida pelo nosso grupo ao complexo recifal Trindade e Martin-Vaz, os pontos mais extremos da cadeia de montanhas submarinas Vitória-Trindade, um ecossistema isolado e único no Brasil. Este ano equipe PELD-ILOC foi composta por quatro pesquisadores: Ph.D. Gabriel Cardozo-Ferreira (LECAR), Ph.D. Anderson Batista (UFES), M.Sc. Larissa Benevides (UFAL) e B.S. Thais Macedo (UFSC).

Durante a expedição, uma série de atividades foram desenvolvidas com o objetivo de monitorar diferentes aspectos do ecossistema marinho da ilha, como: assembleia de peixes recifais, composição da cobertura bentônica, status de saúde das colônias do coral Montastrea cavernosa, estrutura populacional do caranguejo aratu (Grapsus grapsus), e a estrutura da assembleia de ouriços. Além disso, a equipe também coletou outros dados para pesquisas correlacionadas ao PELD, por exemplo, coleta de amostras de diferentes colônias de coral para análise de DNA, algas calcáreas para biologia molecular e espécimes de peixes para estudos de ecologia trófica. Toda a viagem teve o suporte da Marina do Brasil, desde o transporte até a ilha até o apoio nas amostragens na própria ilha. Trindade continua com seu clima típico, com chuvas esparsas quase todos os dias, mas também muito sol que nus ajudou durante os mergulhos iluminando a sua água incrivelmente azul com sua bela e diversa comunidade (e nos aquecendo nos intervalos de superfície e após os mergulhos). Baleias jubartes foram avistadas constantemente fora a partir da ilha e do bote, assim como seu canto foi ouvido durante os mergulhos. Nós também pudemos ver tubarões de recifes, barracudas, diferentes espécies coloridas de peixes recifais, golfinhos e tartarugas verde e de pente. Estamos de volta, mas já ansiosos pela próxima expedição. Nos vemos em breve, Trindade!

Release São Pedro e São Paulo

2020, janeiro

Durante o último mês de outubro foi realizada a expedição anual no PELD-ILOC (Programa Ecológico de Longa Duração) ao Arquipélago de São Pedro e São Paulo ((00°55’N, 29°22’O).). Esse ano, a equipe foi formada pelos seguintes membros: Dr. Anaide Aued (UFSC), Dr. Thiago Mendes (UNIFESP), M.Sc. Amana Garrido (UFRJ) e Mateus Silva (Marinha do Brasil). O ASPSP (00°55’N, 29°22’W) consiste em um grupo de dez pequenas ilhas localizadas no Atlântico equatorial no meio do caminho entre Brasil e África. Por conta do seu tamanho pequeno e isolamento, o ASPSP é considerado um laboratório natural para o estudo e monitoramento de comunidades marinhas. Chegar no arquipélago não é uma tarefa fácil; demora-se quatro dias dentro de um barco de pesca com 17 metros de comprimento. Depois disso, os pesquisadores permanecem na ilha durante as próximas duas semanas na pequena estação científica mantida pela Marinha do Brasil com comunicação com o continente bastante limitada. O principal objetivo desta expedição foi realizar o monitoramento anual dos componentes recifais e as atividades incluíram amostragem da comunidade bentônica e da assembleia de peixes recifais, filmagem remota da interação alimentar entre os peixes e o bentos, avaliação do estado populacional do caranguejo Grapsus grapsus, coleta de peixes, algas, cnidários e outros invertebrados. A pesquisa conduzida por nosso grupo está gerando importantes informações a respeito desse sistema recifal único. Dado o recente estabelecimento de uma nova Área Marinha Protegida ao redor do ASPSP, esperamos que nossa pesquisa auxilie no manejo e proteção locais principalmente em face do crescente impacto que os oceanos sofrem ao redor do mundo.

Release Atol das Rocas

2020, janeiro

A sétima expedição do PELD-ILOC (Programa de Monitoramento de Longa Duração das Ilhas Oceânicas Brasileiras) para o Atol das Rocas ocorreu entre os dias 24 de maio e 26 de junho de 2019, contando com a participação das pesquisadoras Natália Roos (UFRN/LECOM), Tainá Gaspar (UFSC/LABAR) e Isadora Cord (UFSC/LBMM) e de Jarian Dantas (ICMBio). O Atol das Rocas localiza-se a 266 quilômetros da costa de Natal – RN, e é o único atol do Oceano Atlântico Sul. A Reserva Biológica do Atol das Rocas foi a primeira área marinha protegida do Brasil, criada em 1979. A reserva é totalmente protegida e a única atividade humana permitida é a pesquisa científica. O Atol das Rocas abriga um ecossistema único importante para muitos organismos, incluindo tubarões, tartarugas marinhas, peixes recifais endêmicos, corais e aves marinhas. Durante a expedição, as pesquisadoras realizaram atividades do acompanhamento anual referentes ao PELD, como o monitoramento da assembleia de peixes recifais (através de 70 censos visuais por mergulho livre e autônomo), da estrutura da comunidade bentônica (foto-quadrados), da saúde das colônias de coral (foto-quadrados), branqueamento e recrutamento de corais (através de censos visuais em mergulho livre), estrutura da assembleia de ouriços-do-mar, coleta de algumas espécies de algas para extração de seus metabólitos, investigação do comportamento alimentar de peixes herbívoros, comportamento alimentar e dieta do peixe-borboleta Chaetodon ocellatus e pesquisa referente à estrutura populacional do caranguejo Grapsus grapsus. O regime de marés favoreceu os trabalhos de campo na maior parte dos dias e a experiência foi extremamente enriquecedora para todas as pesquisadoras, que puderam deixar o atol com um sentimento de dever cumprido após colaborar com a coleta de dados para tantos diferentes projetos de pesquisa.

Release Fernando de Noronha

2020, janeiro

No mês de Outubro passado, a equipe do PELD-ILOC realizou mais uma expedição ao Arquipélago de Fernando de Noronha, a fim de prosseguir o acompanhamento anual da biodiversidade dos recifes. A cada viagem a equipe é organizada para monitorar a abundância de peixes, porcentagem da cobertura bentônica da comunidade e colônias de coral que tem monitoramento em três locais diferentes. A temperatura da água em FN variou de 26 a 28oC no, com boa visibilidade na maioria das estações do ano (aprox. 20m). Como parte do Arquipélago é protegida da pesca, nos últimos 30 anos a abundância de carangídeos, lutjanideos, tubarões e raias é comparativamente maior do que sítios costeiros. O turismo e a pesca fora dos limites do parque aumentaram nos últimos anos e o monitoramento dos efeitos desses impactos nas áreas do parque é importante para entender a efetividade da proteção. Fernando de Noronha é um importante refúgio de criação de tartarugas e tubarões marinhos, mantendo a abundância de muitas espécies ameaçadas. Além disso, FN é um local único no Atlântico, onde uma população de golfinhos rotador habita durante todo o ano. O turismo marinho gerou milhões de dólares de receitas a cada ano a partir do arquipélago, mas as novas direções do governo, incentivando o aumento da visitação, estão enfraquecendo as medidas de proteção. Os resultados do programa de monitoramento a longo prazo é, portanto, importante para mostrar como os indicadores de biodiversidade estão respondendo às crescentes pressões antropogênicas.

Curso de Peixes Recifais

2020, janeiro

A 11ª edição do curso anual de Ecologia e Conservação de Peixes de Recifais ocorreu na cidade de Arraial do Cabo entre os dias 11 e 17 de Fevereiro deste ano. Nesta edição, os professores Carlos Ferreira (UFF) e Sergio Floeter (UFSC) receberam o professor Guilherme Longo (UFRN) como palestrante convidado. O curso contou com a participação de estudantes de graduação e pós-graduação, profissionais de várias universidades do país (UFF, UFRJ, UNIFESP, UFRN, UFSC, UFSM) e gestores ambientais do ICMBio. Durante a semana, diferentes aspectos da ecologia, comportamento, evolução e conservação dos peixes de recife foram discutidos durante as aulas. Os alunos ainda tiveram a oportunidade de desenvolver projetos de curto prazo orientados para o campo em recifes locais que impulsionaram discussões e aprendizado. O curso anual representa um grande momento para o intercâmbio científico entre estudantes, pesquisadores e gestores e fornece o conhecimento científico não só básico, mas também os avanços atualizados sobre a ecologia de peixes de recife.

XXIII Encontro Brasileiro de Ictiologia – EBI

2020, janeiro

De 26 a 31 de janeiro, os membros do PELD – Ilhas Oceânicas participaram do XXIII Encontro Brasileiro de ictiologia, realizado em Belém/PA. Diferentes estudos da rede foram apresentados e discutidos, incluindo tópicos como alterações temporais em populações, alterações climáticas que afetam a composição coral e interação entre espécies. O Dr. Sergio Floeter e o Dr. Carlos Ferreira organizaram um Workshop de Peixes Recifais com muitas apresentações, considerando os ambientes de recifes das ilhas oceânicas e da costa brasileira. O evento, que contou com cerca de 1.200 pessoas, foi o momento ideal de discussão sobre o progresso e perspectivas nacionais dos estudos ictiológicos. As apresentações dos membros do PELD’ foram importantes para os avanços da compreensão de como o monitoramento temporal é cada vez mais necessário, sabendo que nos dá a oportunidade de compreender os processos do ecossistema na ilha com pouco impacto humano. Que venham os próximos resultados com mais dados sobre as Ilhas Oceânicas do Brasil!

Expedição #4 do PELD ILOC para a Ilha da Trindade 2018

2020, janeiro

Após uma expedição de 64 dias na remota Ilha da Trindade (1100 km a leste de Vitória/ES), os membros do LECAR, Cesar Cordeiro e Linda Eggertsen, juntamente com duas pesquisadoras da UFSC (Luisa Fagundes e Thais Macedo) retornaram ao continente. A expedição realizada faz parte do Projeto PELD ILOC que realiza o monitoramento ecológico das ilhas oceânicas brasileiras. Dentre as atividades realizadas, os pesquisadores realizaram o monitoramento de diversos componentes ecológicos da ilha, tais como: a assembleia de peixes recifais, a composição da cobertura bentônica, o estado de saúde de colônias de coral Montastrea cavernosa, estrutura populacional do caranguejo aratu (Grapsus grapsus), e a estrutura da assembleia de ouriços-do-mar. Adicionalmente, foram executadas outras atividades de pesquisadores associados ao projeto incluindo a coleta de organismos e macroalgas que serão utilizadas nas bioprospecção de compostos de importância médica e farmacêutica. Apesar de algumas dificuldades enfrentadas pela equipe devido às condições de mar nem sempre favoráveis e problemas técnicos, a expedição foi concluída com saldo positivo, contando com o apoio da Marinha do Brasil nas atividades desenvolvidas na ilha e no translado dos pesquisadores.

Workshops: grupo de trabalho para a gestão da pesca em São Pedro e São Paulo 2018, Outubro – 2020 Janeiro

2020, janeiro

Uma segunda reunião do grupo de trabalho para a gestão da pesca no Arquipélago de São Pedro e São Paulo realizou-se na semana passada no SECIRM de Brasília. O grupo reuniu setores da Marinha do Brasil, do Ministério da Mineração e Energia (MME), do Instituto Chico Mendes para a biodiversidade (ICMBio), da Agência Brasileira de Financiamento à Pesquisa (CNPq) e pesquisadores científicos, incluindo Ronaldo Francini-Filho e Carlos Ferreira da rede de pesquisa PELD-ILOC. Os principais tópicos discutidos foram a manutenção da pesca pelágica de atum, Wahoo e outras espécies pelágicas, enquanto peixes de recife demersal foram finalmente proibidos de pescar. Como as linhas longas foram proibidas em 2012, a abundância de tubarões aumentou na região, indicada pela telemetria em curso e por amostragem de BRUVs. Agora, com os peixes demersais protegidos, outro passo importante para a recuperação dos ecossistemas primitivos é feito. A próxima reunião já terá lugar este ano. Organizado pelo ICMBio, o foco é a criação de um conselho-gerente e a construção de um plano de gestão da área protegida recentemente criada.

Expedição #6 do PELD ILOC para o Arquipélago de Fernando de Noronha 2018

2020, janeiro

A sexta expedição do projeto PELD ILOC (Monitoramento de Longa Duração das das Ilhas Oceânicas Brasileiras) para o Arquipélago de Fernando de Noronha ocorreu entre os dias 20 e 31 de outubro de 2018 e contou com a participação dos pesquisadores Carlos Eduardo Leite Ferreira (UFF/LECAR), Sergio Floeter (UFSC/LBMM), Julia Biscaia Zamoner (UFSC/LABAR), Mariana Teschima (UFRJ), Ronaldo Bastos Francini- Filho (UFPB), Guilherme Ortigara Longo (UFRN/LECOM) e Thayná Mello (ICMBio-Fernando de Noronha). Ao longo dos 12 dias no arquipélago, localizado a 200 milhas da costa nordeste brasileira, os pesquisadores realizaram atividades relacionadas ao monitoramento anual da assembleia de peixes recifais (censos visuais), da estrutura da comunidade bentônica (fotoquadrados), do estado de saúde de colônias de Siderastrea e Montastraea (fotoquadrados e, no caso de Siderastrea, filmagens para posterior elaboração de modelos 3D das colônias) e da estrutura populacional do caranguejo aratu (Grapsus grapsus), além da instalação de sensores de temperatura da água do mar. Também foram realizadas outras atividades de pesquisadores associados ao projeto, como a coleta de partes de alguns corais para estudo das zooxantelas – microalgas que habitam as colônias e são responsáveis por fornecer alimento aos corais e conferir a eles as mais diversas cores – e colocação de placas do projeto De Olho Nos Corais. As boas condições climáticas e do mar, o ótimo trabalho em equipe dos pesquisadores e o apoio do ICMBio e da operadora de mergulho resultaram em uma expedição tranquila, de muito trabalho, discussões, aprendizados e muito sucesso! E claro, as belezas do arquipélago, tanto dentro quanto fora da água, como sempre, não deixaram a desejar, tornando a expedição ainda mais incrível! Que venham as próximas!

Expedições: Arquipélago de São Pedro e São Paulo, 2018

2020, janeiro

A expedição anual do Programa ecológico de Longa Duração das Comunidades Recifais das Ilhas Oceânicas Brasileiras (PELD-ILOC) esteve no Arquipélago São Pedro e São Paulo, a expedição ocorreu entre os dias 16 e 30 de setembro. O Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) faz parte de uma cordilheira submarina do Atlântico, situado a 1100 km da costa brasileira (00 ° 55’N, 29 ° 21’W). O arquipélago se eleva a apenas 18 metros acima do nível do mar e consiste em 11 pequenas ilhas rochosas. Devido ao seu isolamento e posição geográfica, a biodiversidade é baixa em comparação com a costa, com alguns grupos funcionais ausentes ou compostos de poucos indivíduos e espécies, especialmente espécies de peixes associadas a fundos não consolidados e herbívoros vagueadores. Em vez disso, o arquipélago abriga várias espécies endêmicas, como a donzelinha Stegastes sanctipauli, o peixe-borboleta de profundidade Prognathodes obliquus e serranídeo de fundo Choranthias salmopunctatus. O programa PELD inclui levantamentos de peixes e bentos em todas as ilhas oceânicas do Brasil (Atol das Rocas, Ilha da Trindade, Fernando de Noronha e SPSPA). A expedição foi formada pelos pesquisadores Moysés C. Barbosa (LECAR-UFF), Larissa Benevides (UFAL), Caio Pimentel (UFES) e Thayná J. Mello (ICMBio). Entre as atividades desenvolvidas durante a expedição, os pesquisadores monitoraram vários aspectos do ecossistema marinho, tais como: A assembleia de peixes recifais (através de censo visual subaquático e vídeo remoto subaquático com isca – BRUVS), composição da cobertura bêntica e a estrutura populacional do caranguejo Aratu (Grapsus grapsus). Além disso, outras atividades dos pesquisadores associados ao projeto foram realizadas, incluindo a coleta de organismos e macroalgas que serão estudados para a bioprospecção de compostos de importância médica e farmacêutica. As condições meteorológicas foram boas durante a expedição e os dados foram coletados com sucesso. A abundância e a biomassa de peixes são altas no arquipélago, devido a estarem sujeitas a menos estressores comparados a costa, embora exista pesca. A visibilidade da água variou entre 30 a 50 metros, e tivemos o prazer de também observar espécies oceânicas como grandes raias (Mobula tarapacana) e cavalas (Acanthocybium solandri), além de grandes quantidades de xaréu preto (Caranx lugubris), peixe rei (Elagatis bipinnulata), cangulo preto (Melichthys niger) e moréias (principalmente Muraena pavonina).

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