Expedições: Arquipélago de São Pedro e São Paulo, 2018

2020, janeiro

A expedição anual do Programa ecológico de Longa Duração das Comunidades Recifais das Ilhas Oceânicas Brasileiras (PELD-ILOC) esteve no Arquipélago São Pedro e São Paulo, a expedição ocorreu entre os dias 16 e 30 de setembro. O Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) faz parte de uma cordilheira submarina do Atlântico, situado a 1100 km da costa brasileira (00 ° 55’N, 29 ° 21’W). O arquipélago se eleva a apenas 18 metros acima do nível do mar e consiste em 11 pequenas ilhas rochosas. Devido ao seu isolamento e posição geográfica, a biodiversidade é baixa em comparação com a costa, com alguns grupos funcionais ausentes ou compostos de poucos indivíduos e espécies, especialmente espécies de peixes associadas a fundos não consolidados e herbívoros vagueadores. Em vez disso, o arquipélago abriga várias espécies endêmicas, como a donzelinha Stegastes sanctipauli, o peixe-borboleta de profundidade Prognathodes obliquus e serranídeo de fundo Choranthias salmopunctatus. O programa PELD inclui levantamentos de peixes e bentos em todas as ilhas oceânicas do Brasil (Atol das Rocas, Ilha da Trindade, Fernando de Noronha e SPSPA). A expedição foi formada pelos pesquisadores Moysés C. Barbosa (LECAR-UFF), Larissa Benevides (UFAL), Caio Pimentel (UFES) e Thayná J. Mello (ICMBio). Entre as atividades desenvolvidas durante a expedição, os pesquisadores monitoraram vários aspectos do ecossistema marinho, tais como: A assembleia de peixes recifais (através de censo visual subaquático e vídeo remoto subaquático com isca – BRUVS), composição da cobertura bêntica e a estrutura populacional do caranguejo Aratu (Grapsus grapsus). Além disso, outras atividades dos pesquisadores associados ao projeto foram realizadas, incluindo a coleta de organismos e macroalgas que serão estudados para a bioprospecção de compostos de importância médica e farmacêutica. As condições meteorológicas foram boas durante a expedição e os dados foram coletados com sucesso. A abundância e a biomassa de peixes são altas no arquipélago, devido a estarem sujeitas a menos estressores comparados a costa, embora exista pesca. A visibilidade da água variou entre 30 a 50 metros, e tivemos o prazer de também observar espécies oceânicas como grandes raias (Mobula tarapacana) e cavalas (Acanthocybium solandri), além de grandes quantidades de xaréu preto (Caranx lugubris), peixe rei (Elagatis bipinnulata), cangulo preto (Melichthys niger) e moréias (principalmente Muraena pavonina).

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